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Triângulo e Alto Paranaíba têm menor índice de fatores que favorecem adoecimento e morte por Covid-1


Pesquisadores analisaram a vulnerabilidade nos 853 municípios de MG, como demográfica, social, econômica e saúde. Dados foram retirados de bases de órgãos federais e estaduais.

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina (Famed) e do Instituto de Geografia (IG) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) apontou que as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba têm o menor índice de fatores que favorecem o adoecimento e morte por Covid-19 de Minas Gerais. A pesquisa foi publicada no servidor MedRxiv, no último sábado (25).

O fator avaliado é a vulnerabilidade do município. Para isso, a pesquisa dividiu 23 indicadores relacionados ao coronavírus, que foram distribuídos em seis grupos de fatores – demográficos, sociais, econômicos, infraestrutura de saúde, população de risco e epidemiológicos – que juntos, apontam a vulnerabilidade geral.

O estudo analisou os 853 municípios de Minas Gerais, que foram divididos em 12 mesorregiões administrativas, e levou em consideração dados coletados em bases de órgãos federais e estaduais.

As regiões mais vulneráveis foram o Vale de Mucuri e Vale do Rio Doce. O estudo apontou, também, que os municípios com menos de 25 mil habitantes são os mais vulneráveis.

Vulnerabilidade geral

De acordo com o coordenador do estudo, o professor do Departamento de Saúde Coeltiva da Famed, Stefan Vilges de Oliveira, a mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba tem a menor taxa de vulnerabilidade geral. Mais de 57% dos municípios das duas regiões foram classificados com índice menor de vulnerabilidade; apenas 1,5% foram classificados com taxa maior.

“Nós temos uma infraestrutura de saúde, demográfica e econômica que é mais favorável quando comparada com outras regiões”, afirmou o docente.

Já as regiões do Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce, por exemplo, apresentaram os piores índices gerais, com respectivamente, 47,8% e 44,1% dos municípios com as maiores taxas de vulnerabilidade.

“Observamos que determinantes sociais, políticos e econômicos afetam diretamente a capacidade de cada município de enfrentar o processo de adoecimento e morte pela COVID-19, de forma que a doença assume dinâmica distinta de acordo com as demandas e vulnerabilidades da região em questão”, acrescentou Oliveira.

Pesquisa da UFU aponta vulnerabilidades de todos os municípios de Minas Gerais  — Foto: Arquivo dos pesquisadores/Reprodução

Pesquisa da UFU aponta vulnerabilidades de todos os municípios de Minas Gerais — Foto: Arquivo dos pesquisadores/Reprodução

Vulnerabilidade epidemiológica

Por outro lado, o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba tiveram os piores índices de vulnerabilidade epidemiológica, devido ao grande número de casos e mortes por coronavírus a cada mil habitantes.

Mais de 27% dos municípios das regiões foram classificados com a maior taxa de vulnerabilidade para Covid-19. Somente em Uberlândia, por exemplo, já foram confirmados 12.453 casos e 227 mortes pela doença, segundo o último boletim diário divulgado pela Prefeitura.

A região Central Mineira registrou a menor taxa de vulnerabilidade no quesito. Mais de 33% das cidades foram classificadas com a menor taxa de vulnerabilidade epidemiológica.

Mais vulneráveis

Ainda segundo o estudo, os municípios menores são os mais vulneráveis à Covid-19. Das 705 cidades com menos de 25 mil habitantes, 308 estão entre as que tem maior vulnerabilidade para o enfrentamento da doença.

“Os gestores de saúde devem utilizar de novos indicadores para aprimorar as políticas de prevenção, controle e assistência a casos da Covid-19 no estado de Minas Gerais. Essas políticas devem ser regionalizadas, levando em conta os diferentes determinantes de saúde, adoecimento e cuidado que cada município apresenta”, completou Stefan Vilges de Oliveira.

G1

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