O aumento do colesterol, em especial o chamado LDL-colesterol, está relacionado ao desenvolvimento de placas nas artérias (aterosclerose) elevando o risco de eventos cardiovasculares como infarto ou derrame. Várias pesquisas já identificaram que o nível ótimo de colesterol-LDL no sangue deve ser em torno de 100 mg/dl. Pessoas com esses níveis têm menores taxas de eventos cardiovasculares. Para aquelas pessoas que tem os níveis de LDL mais altos, já foi demonstrado que a redução está associada a menor chance de desenvolver doença aterosclerótica.
Apesar do LDL-colesterol ser um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças no coração, existem muitos outros fatores que contribuem para o problema. Os principais incluem o hábito de fumar, a pressão alta, presença de diabetes ou pré-diabetes e o avançar da idade. De acordo com recomendações da sociedade brasileira de pediatria e da sociedade brasileira de cardiologia o rastreamento dos níveis de colesterol deve começar a partir dos 10 anos de idade. Em situações muito específicas pode ser necessário avaliar antes.
O tratamento para os níveis elevados de LDL-colesterol inclui um estilo de vida saudável durante toda a vida. Essa atitude reduz o risco de doença cardiovascular aterosclerótica em todas as idades. As diretrizes nacionais e internacionais de controle de colesterol recomendam como padrão de dieta o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, fontes proteicas saudáveis e óleos vegetais não tropicais. Incentivam atividade física 3 a 4 vezes por semana por pelo menos 40 minutos.
Entre as medicações que reduzem o colesterol, as estatinas são a base da terapia, além do estilo de vida saudável. Outros medicamentos para baixar o LDL incluem ezetimiba, e mais recentemente os inibidores da PCSK9. As estatinas, dependendo do tipo e da dose utilizada, apresentam diferença na potência em reduzir os níveis de colesterol, podendo ser divididas em três categorias: alta-intensidade (reduzem o LDL em mais que 50%), moderada intensidade ( reduzem o LDL entre 30-49%) e baixa intensidade (reduzem menos que 30% dos níveis de LDL).
As sociedades médicas recomendam alvos para o tratamento do colesterol de acordo com a idade, os níveis de LDL-colesterol, presença diabetes e se o indivíduo já apresentou algum evento cardiovascular. Combinando uma série de informações clínicas a sociedade brasileira de cardiologia lançou uma calculadora para estratificar o risco cardiovascular (link: http://departamentos.cardiol.br/sbc-da/2015/CALCULADORAER2017/). A partir da análise de dados clínicos é possível acessar a chance de ter um evento cardiovascular bem como qual a intensidade de tratamento deve ser instituída.
Assim, é muito importante fazer a avaliação médica de rotina, acessar os níveis de colesterol e de outros fatores de risco para que sejam realizadas medidas preventivas. Cuide-se!
Gabriel Amorim Farmacêutico
Fonte: Cíntia Cercato
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