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Piau nega proposta que poderia beneficiar o Hospital São Lucas em Patos de Minas.

O Hospital São Lucas de Patos de Minas é um dos poucos da região que atende através do Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes dependem da unidade para realizar tratamentos como a hemodiálise.

A cerca de dois anos, o hospital entrou em uma grave crise financeira que acarretou atraso de salário, diminuição na oferta de atendimentos e até intervenção judicial.

O Triângulo Notícias tomou conhecimento que no dia 26 de novembro de 2019 foi enviado um ofício à administração pública para intermediar um novo arrendamento do Hospital São Lucas. O pedido foi feito pela Pró-Saúde, mesma associação que fez a intervenção a pedido da justiça em maio de 2019.

A Pró-Saúde é uma associação beneficente de assistência social e hospitalar gerida por autoridades eclesiais (da Igreja Católica) que atua no segmento de administração hospitalar há 50 anos.

Pela proposta, a prefeitura de Patos de Minas teria que repassar dois montantes à Pró-Saúde. O primeiro valor seria único e se destinaria para investimentos em estrutura física, equipamentos e mobiliários, afim de atender os requisitos legais das autoridades sanitárias. Já o segundo seria um repasse mensal que permitiria que a associação mantivesse o funcionamento de todos os 116 leitos do São Lucas.

O médico e empresário Sérgio Piau receberia um valor pelo arrendamento do hospital. Ele informou ao Triângulo Notícias que recusou a proposta porque a quantia era baixa e não era passível de contraproposta. “A proposta é muito abaixo do que realmente [o hospital vale] … não tinha nem contraproposta, não. Eu tenho um quarteirão no centro da cidade, tenho um hospital todo montado” declarou ele.

Questionado sobre detalhes da negociação, Piau solicitou que nossa reportagem entrasse em contato com a administração geral, porém fomos informados que por orientação do jurídico não comentariam o caso.

Já a Pró-Saúde confirmou as negociações e ainda informou que a intervenção ocorrida em maio de 2019 trouxe benefícios ao Hospital São Lucas, como regularização de pagamentos, manutenções em equipamentos e restabelecimento de atendimentos médicos e de exames através de laboratórios terceirizados. Leia a íntegra abaixo:

A Pró-Saúde informa que manifestou interesse no arrendamento do Hospital São Lucas, porém as tratativas preliminares não avançaram, pois não houve interesse na continuidade da negociação pelos atuais proprietários. Posteriormente, em maio de 2019, a entidade filantrópica foi indicada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para apurar a situação do hospital e propor soluções para a recuperação da unidade, que enfrentava um grave quadro de precariedade e endividamento. A intervenção foi encerrada em agosto passado, após a entidade concluir o diagnóstico técnico sobre as situações econômica, administrativa e assistencial. No período, a ações implementadas resultaram em notória evolução, com a ampliação do estoque, pagamento dos salários atrasados dos colaboradores, manutenção corretiva de equipamentos e restabelecimento dos atendimentos médicos e serviços de análises clínicas realizadas por laboratórios terceirizados. Vale citar ainda a regularização de pagamentos de contas básicas, como energia elétrica, água e telefonia, e a recuperação de usinas de oxigênio paralisadas.

Entenda a Crise do Hospital São Lucas

Em 2017, o hospital foi arrendado pelo ex-prefeito de Montes Claros, Ruí Muniz, através da Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam). Durante esse período, as reclamações dos pacientes se intensificaram e o caso foi parar nos tribunais. A 2ª Vara Cível da Comarca de Patos de Minas determinou que a gigante Pró-Saúde assumisse provisoriamente a administração da unidade.

Ao fim da intervenção, a administração voltou ao empresário e médico Sérgio Piau. A situação da unidade ainda é tida como delicada. Em novembro de 2019, Piau chegou a ameaçar fechar as UTIs (Unidades de terapia intensiva) para conseguir recursos da prefeitura de Patos de Minas. A Pro-Saúde fez o diagnóstico no período de 20 de maio a 12 de agosto de 2019 e concluiu que o rombo financeiro afetou diretamente funcionários, prestadores de serviços e fornecedores que, sem receber, interromperam a manutenção de equipamentos utilizados no atendimento e realização de exames.  A Cirurgia Geral, Cirurgia Oncológica, Mastologia e Cirurgia Vascular haviam paralisado a prestação de serviços desde maio [2019], por falta de recebimento de honorários médicos. Das 67 máquinas de hemodiálise do hospital e clínica, 25 estavam paralisadas por falta de recursos para reparos.

FONTE: TRI

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