O Ministério Público Federal (MPF), em conjunto da Polícia Federal, cumpre nesta terça-feira (30/6) mandados de prisão temporária contra fraudes e desvios na compra de respiradores no Amazonas. As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.
A investigação apura a atuação de uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender as necessidades da pandemia de covid-19.
Com a participação direta do governador Wilson Lima (PSC), foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.
No requerimento das cautelares, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustenta que as investigações permitiram, até o momento, “evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população”.
Prisão da Secretária de Saúde do Amazonas
A secretária de Saúde do Amazonas, Simone Araújo de Oliveira Papaiz, também foi alvo da mesma operação. Simone foi presa em Manaus durante a Operação Sangria, deflagrada nesta terça-feira (30/6). A investigação aponta supostas fraudes e desvios na compra de respiradores, com dispensa de licitação, de uma importadora de vinhos.
O governo do Amazonas disse, por meio de nota, que “aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação”.
Simone assumiu a Susam em março. Ela passou a ocupar o cargo no lugar do então secretário Rodrigo Tobias, que foi exonerado pelo Governo do Estado. A troca na gestão da pasta ocorreu em meio ao colapso do sistema de saúde do Amazonas na pandemia causada pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19.
Dois meses depois, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) recomendou que a secretária de Saúde fosse afastada após detectar suposto sobrepreço na compra de respiradores. O governo recorreu.
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