Grupo deve responder por falsificação de moeda, formação criminosa e corrupção de menores. Eles distribuíam notas pelos Correios para diversos estados, como Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) depois que a Polícia Militar (PM) flagrou um laboratório de falsificação de dinheiro em Ituiutaba.
Na ocorrência, registrada em setembro, mais de R$ 500 mil em notas foram apreendidas e três pessoas detidas, entre elas uma menor de idade.
Conforme a denúncia, o grupo deverá responder pela prática dos crimes de moeda falsa e associação criminosa, além de corrupção de menores.
São dois jovens, 27 e 20 anos, que foram presos no dia do crime, além de dois chefes da quadrilha que foram identificados, sendo um morador de Ituiutaba e um de Uberlândia. As idades deles não foram informadas.
No dia do flagrante, a polícia divulgou um vídeo mostrando detalhes do local onde eram feitas as notas falsas, inclusive cédulas de R$ 200 (veja abaixo).
Toda a negociação era feita em grupos de Whatsapp e os insumos para a fabricação das cédulas também eram adquiridos por meio da internet.
Detalhes da investigação
A quadrilha foi descoberta depois que um dos envolvidos foi flagrado, após denúncia, tentando postar envelopes com dinheiro falso nos Correios. Eram seis envelopes destinados à Boa Esperança e Alterosa, em Minas Gerais; Armação dos Búzios (RJ); São Paulo (SP); Estância (SE) e Araucária (PR).
Questionado sobre a origem das cédulas, o jovem confirmou aos policiais militares que o dinheiro era falsificado e que os destinatários haviam pago 25% do valor total remetido. Ele informou ainda que as negociações foram feitas pela internet.
Na casa do rapaz, a PM também encontrou cerca de R$ 18 mil em um cofre. Foi quando o preso informou sobre o laboratório clandestino, no Bairro Alvorada.
Na casa estavam um jovem e a namorada, de 17 anos. Foram apreendidas 285 notas de R$ 50; 111 notas de R$ 200; 224 notas de R$ 20; 542 notas de R$ 100 e 34 notas de R$ 10. Também foram encontrados no local 1.366 folhas já impressas com notas de diferentes valores, além de instrumentos utilizados na falsificação.
Os suspeitos informaram sobre os chefes que contrataram o grupo. Na residência de um deles, em Ituiutaba, foram apreendidos notebook, impressoras e mais dinheiro. Investigações apontaram que ele atuava há quase seis anos com a fabricação de cédulas falsas, já tendo a organização criminosa recebido pedidos de até R$ 60 mil.
Ficha criminal
Ainda conforme denúncia do MPF, o outro mentor é de Uberlândia e buscas foram feitas na casa dele. Foi identificado que o suspeito usava nome falso e já era investigado pela Unidade Piloto de Repressão à Falsificação de moedas da Polícia Federal. Não foram informados detalhes da prisão dele.
Foi dito também que o criminoso atua nacionalmente na venda de dinheiro falsificado. Em determinada ocasião, a PF identificou a remessa de envelopes, feita por ele, para destinatários dos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Paraná.
Conforme depoimento dos presos, os dois mentores do grupo se associaram para o crime há cerca de três meses. Um dos jovens presos era responsável por passar marca d’água e luz nas cédulas, além de imprimir telas para fazer as marcas d’água. O outro fazia a postagem dos envelopes nos Correios.
G1
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